Bruno de Mattos Lombardi Badia

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica caracterizada por degeneração de neurônios produtores de dopamina no tronco cerebral, o que leva a diversos sintomas motores e não motores progressivos. Recebe esse nome em homenagem a James Parkinson que descreveu os primeiros casos da doença em seu “Ensaio sobre a Paralisia Agitante” de 1817. 

Em termos epidemiológicos, trata-se da segunda doença neurodegenerativa mais prevalente, atrás apenas da doença de Alzheimer. Afeta ambos os gêneros, mas com um ligeiro predomínio em homens. Pode iniciar em faixas etárias precoces, embora seja muito mais comum depois dos 50 anos de idade, com incidência crescente com o envelhecimento. Ocorre em todas as regiões do mundo e tem uma prevalência entre 150 e 200 casos para cada 100 mil habitantes.  

Os principais sintomas da doença de Parkinson estão relacionados com os chamados quatro sinais cardinais: 

• Tremor = principal característica do tremor é ocorrer em repouso e desaparecer ao realizar atividades manuais.
• Rigidez = principalmente em braços e pernas, frequentemente leva a dificuldade de movimentação e dores musculares.
• Bradicinesia = representa lentidão para executar movimentos, o caminhar e as atividades manuais se tornam mais lentos e a amplitude dos movimentos também diminui.  
• Alteração da postura e equilíbrio = frequentemente levando a quedas e desequilíbrio.

Outros sintomas e sinais que também podem ocorrer:

• Micrografia = redução do tamanho da letra escrita.
• Hipomimia facial = redução das expressões faciais.
• Hipofonia = redução do volume da voz.
• “Freezing” ou congelamento da marcha = caracterizado por incapacidade de se mover e tirar o pé do chão enquanto caminha levando a um congelamento da marcha que pode ter duração variável.

Além disso, é muito frequente a ocorrência de sintomas não motores com acometimento de outros órgãos e sistemas do corpo, que podem inclusive aparecer antes de qualquer sintoma motor, como por exemplo:

• Hiposmia = redução do olfato, perda da capacidade de sentir cheiros.
• Constipação intestinal
• Transtorno comportamental do sono REM = sono se torna agitado, paciente se movimenta e fala bastante enquanto dorme. 
• Alteração de humor, principalmente quadros depressivos.
• Fadiga crônica.
• Declínio cognitivo, alterações comportamentais e alucinações.
• Sintomas urinários = urgência miccional e aumento da frequência miccional especialmente durante a noite (noctúria).

Em resumo, a doença de Parkinson envolve muito mais do que apenas a presença de tremores, com uma ampla variedade de sintomas motores e não motores, que podem comprometer significativamente a funcionalidade do indivíduo. Apesar de ser uma doença crônica e sem cura até o momento, existem diversas opções de tratamento que proporcionam alívio de diversos sintomas e melhora na qualidade de vida.